FATOS RÁPIDOS
Cadê? Plataforma de gelo Ronne, Antártida
O que tem na foto? Fios finos de gelo se estendendo por um estreito canal de água
Qual satélite tirou a foto? Satélite terrestre 8
Quando foi tirada? 20 de novembro de 2021
Esta foto capturou faixas de gelo frágil estendendo-se por um estreito canal oceânico na Antártida. A visão rara foi desencadeada por uma combinação de ventos fortes e correntes oceânicas incomuns, e pode se tornar mais comum nos próximos anos devido às mudanças climáticas causadas pelo homem.
As faixas de gelo se estendiam por um canal de água do mar com aproximadamente 6 quilômetros de largura entre a plataforma de gelo Ronne — uma enorme camada de gelo branca presa ao continente da Antártida que frequentemente dá origem a alguns dos maiores icebergs do mundo — e uma mancha de gelo marinho fragmentado, que parece cinza em suas bordas.
As estrias são feitas de nilas, um tipo de gelo superfino com menos de 10 centímetros de espessura, de acordo com a Centro Nacional de Dados de Neve e Gelo (NSIDC). Nilas é normalmente criado quando cristais de gelo soltos, conhecidos como gelo frazil, se fundem em camadas frágeis em uma superfície parada.
No entanto, neste caso, ventos fortes criaram correntes de redemoinho incomuns, ou vórtices, na superfície do oceano, o que impediu a formação de gelo e forçou o gelo do Nilas a se acumular nos centros das correntes antes de ser soprado através da água, de acordo com Observatório da Terra da NASA.
Os ventos fortes também empurraram o gelo marinho para longe da plataforma de gelo Ronne, dando aos nilas mais espaço para crescer e se esticar.
Relacionado: 12 imagens incríveis da Terra vista do espaço
Na imagem, o gelo nilas se acumula ao longo da borda do gelo marinho, formando uma faixa azul-clara. A cor é incomum para esse tipo de gelo. Normalmente, geleiras e gelo marinho parecem azuis somente quando se tornam tão densos que absorvem os comprimentos de onda mais longos da luz, o que significa que refletem somente os comprimentos de onda mais curtos, azuis.
“Não tenho certeza de como o gelo marinho aqui fica com essa cor azul”, Walt Meierum cientista pesquisador do NSIDC, disse ao Observatório da Terra na época. Mas o gelo pode estar sendo espremido, tornando-o muito compacto e permitindo que absorva comprimentos de onda maiores do que o normal, ele acrescentou.
A ocorrência de wisps gelados pode se tornar mais comum no futuro devido aos efeitos das mudanças climáticas. Em novembro de 2021, quando a foto foi tirada, a extensão do gelo marinho da Antártida — a área do oceano ao redor da Antártida coberta por gelo marinho — estava bem abaixo da média para aquela época do ano, de acordo com o Observatório da Terra da NASA. O gelo marinho mais fino e frágil é mais suscetível a ser movido pelo vento, tornando os wisps mais propensos a aparecer no futuro.